
Eram tempos de recuo onde a lua mostrava toda sua plenitude e deixar desabrochar seu encantamento mais sombrio, onde banhava os corações de energia e força.Afinal era o inicio de um ano lunar, que acontecia cerca de cem anos.
Alexei estava disposto a mudanças bruscas era nítida a expressão de recuo, ou quem sabe de sabedoria seu coração desejava ser preenchido, como deseja uma donzela ser resgatada da torre por seu galante príncipe, vindo se um cavalo branco cavalgando aos cabelos aos ventos e recitando lindas canções como outrora jamais poderia prever em ouvir.
Mas, assim como os príncipes vão buscar suas princesas em momentos mais inusitados a libertação de Alexei não poderia ser um momento menos oportuno, ou quem sabe menos relevante... Tinha que ser transcendental como copos de absintos ou delírios infantis heróis e vilões, plebe e burguesia rei e povo, governo e ação.
Luz, câmera, ação talvez o último não seja mesmo o que cabia no vocabulário do menino, ação não era muito dos seus palpites.. Algum acreditava que o menino vivia em um mundo paralelo, apenas vegetava neste mundo que os cobrava tanto.
Ter quinze anos era algo tão incrédulo. Alguns diziam que é a melhor idade para uma pessoa ... comum... dos treze aos vinte, exatamente sete anos de independência, pois não se é adulto para arcar com suas responsabilidades, mas também não é mais uma criança ingênua que espera o carinho da mãe.
Era incrível ver como oscilava entre a maturidade de um adolescente, a rebeldia de um aborrecente sem causa e as vontades de uma criancinha mimada. Crescer é realmente muito difícil principalmente para algum que esperava tudo e não esperava nada.. tinha tudo e não tinha nada, se entendia e não queria enxergar.Fechava seus olhos e não os via como tão belo e incerto poderia ser.
Quantas pessoas podem ser no transcorrer de uma vida? .. Quantas contradições podem ressaltar em nós mesmo.. Quantas bobagens acreditamos, em quantas nos fizemos acreditar?.. E quantas mais seriam capazes de nos fazer sofrer... até quando sofreríamos a troco de nada.Por um sorriso sofremos, por um sorriso sofreremos e por um beijo que jamais obtemos... renascemos, apenas pela chance e pela ilusão de um dia termos ...
O relógio dava sua primeira badalada da manha, o dia já estava amanhecendo e se encontrava ali ainda, praticamente jogado em um sofá de veludo qualquer.. Localizado na sala de estar onde “estar” não tinha nada. Encostou sua cabeça sobre a almofada e sentiu o cheiro delicioso do perfume de oliva que o qual lhe fazia viajar pelos lugares mais improváveis. Ao menos sua imaginação era tão grata, que mesmo que flutuasse uma vida inteira jamais se arrependeria por ter o feito. Porque mesmo que se provasse diretamente que sua pobre vida adolescente fosse em vão, sorriria e demonstraria orgulho pelos laços que obteve.
Por que por mais inútil que seria, nada é em vão nada é por acaso, tudo tem um propósito de ser e acontecer. Afinal o acaso vai nos levar, e nos banhar em um rio de sabedoria que transcorre na felicidade do dia que renasce novamente, com o propósito de nos fazer doar.
Entre badaladas do relógio, e a luz do sol invadindo a sala, fechou os olhos e adormeceu como se este... fosse o ultimo socorro físico se sua alma. E se encontrou com o único mal de seu corpo o cansaço e o único bem para sua alma... o sonho.

0 comentários:
Postar um comentário